Sei não, as vezes tenho a impressão que São Paulo tira sua carcaça de selva de pedra, sai do salto para relaxar os dedos e dar aquela aliviada na alma, sabe?
A cidade é poluída, a cidade é engarrafada, a cidade tem cinquenta mil tons de cinzas, a cidade não pára.
O que parou agora foi a Marginal na pornográfica 6:30 da manhã (isso são horas?).
Enquanto você começa a projetar se chegará a tempo do rodízio começar ou não, ploft!
Por um instante, de repente alguns minutos, parece que toda aquele tapete de poluição do céu que estamos tão habituados a ver some.
Como se sumisse em um engolir de choro dando a certeza de que apesar de tudo, o sol nasce como em um espetáculo de cores e um novo dia acaba de começar.
É, Deus ajuda quem cedo madruga com pitadas de cor de rosa como papel de parede do desktop da vida.
E enquanto as cortinas do post se fecham, a respiração da cidade volta e o tapete de poluição se recoloca em seu bat-local.
Como já dizia Moska, tudo novo de novo.