A GENTILEZA É POR CONTA DA CASA

A GENTILEZA É POR CONTA DA CASA

Frequento um restaurante há mais de três anos, na maior parte das vezes sozinha. O restaurante é pequeno, a equipe enxuta, meu horário é de peão e a minha presença é no mínimo semanal.

Podemos dizer que em três anos essa turma já faz mais que parte da minha vida e para eles eu já sou a Nicole, a menina que sempre pede a mesma coisa, só varia quando almoça com alguém.

Batemos papo, falo besteira, conto com espanto as diferenças de um japonês carioca e de um paulista, chamo a equipe pelo nome. Temos simpatia uns pelos outros.

Mas além de simpatia depois de um tempo percebi um cuidado típico de cidade do interior! A famosa cordialidade tão esquecida nas grandes cidades.

Todas as vezes que pedia algo, seja no delivery ou no restaurante, reparava que vinham algumas peças a mais.

No começo achei que era engano, mas aqueles sushi-men sempre se enganavam! E sorriam!

Não, eles não estavam me paquerando. Aquilo se chamava gentileza!

Semana passada, ao almoçar acompanhada recebi como cortesia uma porção nova, não “apenas” um sushi a mais. Agradeci como de praxe e na vez seguinte comentei com eles como era gostoso o prato e pedi o nome para pedir em uma próxima vez.

Hoje vim almoçar, pedi meu prato de sempre e antes dele chegar a mesma cortesia da semana anterior aportou em minha mesa.

Olho para os sushis-men (é assim no plural? Rs) e agradeço, eis que um responde:

– É que você disse que adorou!

E nessa hora lá no fundo bateu aquele aperto no peito. Aquele aperto de quando você realiza que criou vínculos com toda a sorte (sorte mesmo) de pessoas, incríveis, e que essas pessoas fazem muito parte da sua vida, vida essa que você está deixando para trás porque precisa crescer.

E tudo bem que enquanto eu escrevo toca “Chega de Saudade” do Tom Jobim no restaurante tão amado.

Ah que saudade vou sentir de você, Rio seu destruidor de corações que estão partindo!

Sobre Nicole

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