PAREM O MUNDO, AGORA

Tiroteio no Pavão, tiroteio na Rocinha, duas favelas pacificadas.

Fechamento da Perimetral gerando caos no trânsito.

Passarela cai, mata quatro pessoas, a passarela caiu de madura? Não. Um caminhão basculante trafegava na Linha Amarela em horário proibido e com a caçamba aberta. “Há adesivos da empresa Arca Aliança e da Prefeitura do Rio”, diz reportagem do Estadão.

Andamos nas ruas ao lado de policias munidos de fuzis a tiracolo e isso não nos assusta mais.

Rezamos para não cruzar com um grande grupo de menores de idade na volta da praia, a brincadeira “Pega-ladrão” nunca esteve tão em voga.

Quando a população clama por seus direitos, uma barricada é feita no quarteirão que Cabral mora, mas ele não precisa se sentir sitiado, ele está em sua casa de Angra dos Reis, esperando a poeira baixar.

No Centro da cidade inocentes levam balas de borracha, gás lacrimogêneo e cacetadas.

No protesto da Zona Sul, nenhum ato de violência.

Na Barra vândalos depredam durante horas concessionárias, as ruas estão desertas e não há nenhum sinal de policiais para conter aquelas pessoas.

Bueiros explodem como uma encenação real do jogo Campo Minado.

O Elevado do Joá balança mas não cai (u ainda).

Pagamos preços ridiculamente abusivos para termos o direito de viver nesta cidade.

Tentamos assistir um jogo de uma Copa cheia de desvios vergonhosos, mas quase ninguém é sorteado, mas não se preocupe, nos 48 do 2o tempo teremos ingressos disponíveis a preços mais surreais ainda, da mesma forma que serão construídas estruturas com orçamentos orbitantes também em caráter emergencial.

Vamos a shows de graça na praia mas precisamos além de passar filtro solar, comprar uma doleira para lá esconder nossos telefones, quem nunca foi furtado é só uma questão de tempo e de aglomeração de pessoas, acredite em mim.

Enquanto isso assistimos o show do Cazuza na praia de Ipanema, lembrando que o tempo não pára, querendo uma ideologia para viver, pedindo para o Brasil mostrar sua cara.

No intervalo de uma música um coro clama:

– Ei Cabral, vai tomar no c*!

Eis que surge Otaviano Costa no palco dizendo que ali não era lugar de política, que aquelas pessoas não deveriam estar dizendo tais palavras.

Otaviano, desculpe te dizer, mas a sua piscina também está cheia de ratos, viu?

E depois que um raio lascou fora um pedaço da mão do Cristo sei não…

O último a sair, por favor apaga a luz.

Sobre Nicole

Comente aqui!