Eu não sei o que acontece no universo mas uma mesa de bem casado provoca uma onda compulsiva incontrolável em adultos.
Eu nunca testemunhei alguém indo embora de um casamento com apenas UM bem casado.
Ao longo dos anos já vi todo o tipo de furto e desvio dos pobres bolinhos.
Já vi gente relembrando os tempos de brincadeira da laranja do Xou da Xuxa, onde a finalidade era encher a blusa com a maior quantidade de laranjas possíveis, mas agora na vida adulta os bolsos dos ternos dão lugar as camisetas da Company do passado, lotadassos bem como a Xuxa mandava nos programas.
E quem inventou que bolsa de casamento tinha que ser pequena? Quanta desilusão em uma bolsa com gloss, três bem amassados, alias, bem casados e a chave de casa?
E qual a função essencial de um guardanapo de pano enorme? Limpar delicadamente cada lado da boca como manda a etiqueta após levar o garfo à boca no jantar?
Lógico que não! Um guardanapo de pano nada mais é que uma trouxinha disfarçada, louca para ser ocupada por doces carboidratos.
Ocupação feita, a simpática garçonete limpa a mesa já no final da festa e educadamente pede:
– Pode me passar o guardanapo?
– Não vai dar….
E baixinho cochicho em seu ouvido:
– Estou com um carregamento valiosíssimo, o guardanapo fica. E pisco o olho como um mafioso perigoso saído diretamente do Poderoso Chefão.
Não importa, a colheita em massa de bem casados está em nossos sangues.
É a hora que nos rebelamos, é nosso grito máximo de rebeldia na vida adulta.
Quanto mais bem casados melhor.
Afinal de contas, qual o mal de desviar bem casados?
Nesse país desviam tantas coisas mais…
E qualquer problema pode ficar sossegado, repassamos um bem casado, para o cafezinho né?