MARATONA NO RIO

MARATONA NO RIO

Hoje foi dia de maratona no Rio.

A cidade amanheceu com um belo desafio a ser cumprido enquanto os primeiros raios de sol espreguiçavam-se neste domingo de inverno.

Assim que acordei, fui dar uma olhada no Instagram e lá vi vários atletas já com suas medalhas, felizes e satisfeitos com seu pace, seu tempo final e sua missão cumprida.

Resolvi dar a minha simbólica corridinha de 5 km, tímida e sem graça, afinal haviam milhares com uma meta bem mais ousada neste dia.

A corrida já havia começado há muitas horas, o relógio já marcava 12:30, sol a pino, a via da maratona já era dividida com corredores, cachorros e velhinhos.

Fui correndo na direção contraria admirando a força daqueles retardatários.

Alias retardatários seria uma palavra péssima para usar neste caso. Fiquei admirando a força desses reais campeões!

Para um atleta completar uma prova dessas já é uma puta vitória! Agora imagina para os mais ou menos atletas? 42 km? 21 km?

A esta hora do dia via muitas pessoas mais velhas, visualmente um pouco fora da forma “padrão” que a sociedade impõe.

Mas eles estavam lá, firmes e fortes. Alguns caminhavam, outros mastigavam algo, em alguns momentos cruzei inclusive com corredores dando força a desconhecidos que viraram cias nesta corrida.

Elas tinham um objetivo em comum.

Uma maratona não é uma corrida que peça só corpo, é uma corrida que exige principalmente cabeça.

Confesso que sabendo que ainda faltavam alguns quilômetros para o final tive a certeza que aquelas palavras ditas pelo rapaz para uma senhora dariam aquela vida extra do Mario Bross, sabe?

Minha vontade era sair aplaudindo todos aqueles que cruzavam por mim, inclusive o rapaz que precisou deitar no meio da calçada e ter os pés segurados pelo guarda da CET-RIO para dar aquela circulada no sangue.

Isso é raça, é coragem! Não sei se aquele cara completou a prova, mas ele saiu de sua zona de conforto e torço de coração que ele não se sinta um perdedor.

Também cruzei com um rapaz deficiente, seus braços iam somente até os cotovelos.

Ele estava lá.

Enquanto eu corria um mocinho falou:

– Moça, você tá indo pelo lado oposto!

Respondi rindo:

– Calma moço, um dia quem sabe eu tenha a garra e a determinação de ir por esse lado!

A última maratonista que cruzei foi uma senhora, que lá para Ipanema encontrou sua família que fizeram uma super festa.

Atrás dela pessoas retirando os cones e as grades.

Era o fim de mais uma maratona.

Deixo aqui minha admiração a todos aqueles que desafiam a própria mente para vencer o monstrinho que existe dentro da cabeça de cada um!

E para aqueles que não completaram: vocês ao menos tentaram!

Lembrarei dessa garra quanto tiver sofrendo nos meus humildes poucos quilômetros!

Obrigada, seus loucos da alta quilometragem!

Sobre Nicole

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