Admiro muito aquelas pessoas que conseguem comer Tic Tac com parcimônia, educação e em doses homeopáticas.
Eu viro a caixinha em no máximo três minis shots e sempre achei de um extremo controle emocional comer duas balinhas and that’s it.
Mas nunca havia sido repreendida pela minha maneira mais eficiente de acabar com a tal da bala. Até que um dia diante da minha cena de shot de tequila escutei: “Nicole, você parece criança!”
– Glubt. Engoli seco.
Depois desse doce recado passei a ter vergonha de comer Tic Tac diante de outras pessoas do meu convívio social, me sentia repreendida, angustiada e envergonhada. Até que na sala de embarque do aeroporto me senti a vontade, afinal era eu e desconhecidos preocupados com seu próprio mundinho.
Eu estava livre!
E como um jovem menor de idade comprei minha bebida escondida, aliás me muni de três caixinhas de Tic Tac sabor canela.
Território livre sentei em uma cadeira e comecei a tomar meus shots despretensiosamente.
Um. Dois. Três.
Reparo em um cara me olhando, não ele não está me paquerando.
Pego minha segunda caixinha, um, dois, três, quatro.
Ele continuava me olhando como se eu estivesse fazendo a coisa mais insana do mundo, em choque, tipo não acreditando no que estava vendo sabe?
E aí eu percebi que existem coisas que só podemos fazer quando ninguém está vendo.
É duro ser julgada pela sociedade, viu?