N/a Crônicas
Mais dramático para uma mulher do que fazer uma mala de viagem, é ter que ficar 15 horas em uma cidade com uma pernoite no meio.
Quando temos mais de 24 horas temos opções, temos possíveis almoços, festas, churrascos, chuvas, dias de sol e noites de frio.
Vários banhos pré programados para a mudança dos tão na moda “look do dia” ou “du jour”.
Mas me diga você, caro amigo.
Me diga você que lê este sincero depoimento.
Como você acha que uma mulher lida com menos de 24 horas, dois aviões e uma pernoite?
Encara o avião só com a bolsa a tira colo e uma muda de roupa amarfanhada na bolsa?
Na na ni na não.
Não somos tão simples assim. A blusa vai amassar e a bolsinha de pulseiras pesa para carregar pra lá e pra cá o dia inteiro.
Como fazer uma mala onde não há opções de calçados? Como fazer uma mala em um intervalo de tempo onde não há suposições? Como fazer uma mala onde o banho será só para dormir e para levantar?
COMO?
Na bolsa do dia a dia é inviável.
Cabe. Mas não.
Vamos à mala:
– underwear checked
– blusa para voltar checked
– pijamas ou camisola checked
– kit banheiro checked
– é isso mesmo, vou usar a mesma calça amanhã?
Ok. A mala parece saco de batata rufles, só ar.
Hmmm… Uma sapatilha adicional?
Ok! Afinal sapatos são… Sapatos!
Hmm merda…Continua saco de rufles…
Já sei! O soro da lente pesa!
Mas eu vou assim? Com essa mala vazia a tira colo?
E depois de muito franzir a testa cheguei a uma conclusão:
Nós mulheres não conseguimos lidar com coisas diretas e simples.
Simples assim.
Ou melhor.
Nada simples assim.
– Chefe me dá mais 9 horinhas em SP? Só para minha mala ter dignidade? Só mais 9 horinhas. Por favor?
(E o filme acaba com o gato de botas no seu melhor close)
