Querido diário, eu pequei. Pareço boa mãe mas eu pequei.
Depois de tentar fazer a Maria Clara dormir desde 8:30 da manhã e pedir inclusive o colo da Dona Vera emprestado – para acabar com meu coração já que Clarinha ama o colo dela – e isso também não funcionar, apelei para um golpe baixíssimo.
Nunca havia dado tal golpe. Estava sobrevivendo firme e forte até aqui mas a tentação me puxou pelas canelas, tal como MC vai puxar minha calça ao avistar algo gostoso nas gôndolas do supermercado.
Conectei o Apple TV e digitei GALINHA PINTADINHA no YouTube. Como em um passe de mágica Maria Clara adentrou em uma hipnose assustadora. A paz voltou a reinar por aqui e em cinco minutos ela – cataploft – apagou.
Sim, sempre soube desse poder da tal da galinha, mas uma coisa é ouvir falar, outra coisa é testemunhar.
O Pó-pó-pó-pó mágico me fez lembrar da saudosa Mariuzin e os seus três drinks que ganhávamos de “brinde” ao adentrar aquele antro mofado em Copacabana.
Reza a lenda que aqueles drinks tinham pó de pirimpimpim e atire a primeira ficha quem nunca ficou mais louco que o Batman tomando um gin suspeito (caceta, quem toma gin hoje em dia?) dançando abajur cor de carne altas horas da madrugada por lá.
Sempre falavam: Tome sempre algo que possa ser aberto na sua frente, e assim fazíamos na primeira bebida.
Na primeira bebida! Não lembro se era por dureza, ou o que, mas sei que pelo menos dois daqueles drinks a gente encarava. Não me recordo de ter conseguido chegar ao terceiro alguma vez.
Sim, recordações de lá sempre eram meio escassas.
Pois bem, hoje em uma nova fase da vida acredito que tudo está conectado, e quero investigar a fundo o link do Seu Mario na produção dessa Galinha Pintadinha e o Galo Carijó.
Nunca na vida imaginei ficar feliz com a ajuda de uma galinha e fazendo os devidos links tenho certeza absoluta que tem dedo desse homem aí.
Seu Mario, acho que nunca te agradeci.
Obrigada por tudo.
Pelos velhos tempos e pelos novos!