No aeroporto de Congonhas enquanto aguardo o check in da minha avó observo uma simpática criança – com idade que ainda não sei definir – mas que ainda usava sua gostosa chupeta amarrada em uma fraldinha.
A criança estava sentada em cima das malas, enquanto a mãe pegava os documentos necessários.
Pensei: vou continuar observando o comportamento dela até pq já já estarei fazendo o check in da Clarinha.
A menina nem sonhava que estava sendo observada e feliz da vida tirou sua chupeta e ficou passando na rodinha da mala fazendo-a rodar.
Minhas rugas e meus olhos a esse momento já saltaram.
Roda, roda, roda.
E dar impulso em uma rodinha com uma chupeta é um esporte novo mass nãoooooooo… nãooooo.
A cena começou a passar em câmera lenta.
Antes que eu conseguisse gritar “mãe”, “moça”, “psiu”, “hey” minha observada tascou-lhe a chupeta na boca com um prazer indescritível.
Um misto de sentimentos tomou meu coração, mas achei de bom tom avisar à mãe.
A mãe imediatamente tirou a chupeta da boca da menina, e eu tentando dar uma descontraída disse que vitamina s fazia bem e tal. Nicole, não piora as coisas, mulher!
Sabendo que a mãe estava enrascada comecei a puxar papo com a menina, em uma tentativa de amizade forçada e de distrai-lá do furto sem dó de sua chupeta.
Que tola que fui. Esqueci que as crianças de hoje estão bem mais espertas do que antigamente e a menina só tinha uma certeza: essa tia querendo ver a Pepa dela tinha sido responsável pela peta dela ser retirada à força.
A menina abriu o berreiro me fuzilando com o olhar. Eu, toda trabalhada na boa vontade instaurei um semi caos ali.
Chupeta devidamente desinfetada, mãe me agradecendo e eu só conseguia lembrar que na vida o que os olhos não veem o coração não sente.
Na próxima deixo quieto.