Toda pré-adolescente sonha em ser popular no colégio.
Toda pré-adolescente acha os garotos do terceiro ano o que há de mais incrível no mundo.
Toda pré-adolescente quer fazer parte da galera “cool” do colégio.
Mas vamos combinar que nesta fase tudo é um pouco catastrófico.
Os hormônios começam a surgir junto com as espinhas.
Ser desengonçada é quase tão obrigatório quanto respirar.
As aulas de educação física as vezes precisam ser matadas porque “não conta pra ninguém eu tô menstruada” (aliás que desculpinha esfarrapada essa hein?).
Fora o super” look” de todos os dias, o famigerado uniforme!
A aceitação perante a sociedade é de suma importância.
Ainda mais vendo sempre “Sessão da Tarde” e os filmes das teenagers super ins!
Engraçado como começamos nossas vidas querendo que os outros nos aceitem e anos depois frequentamos divãs querendo a aceitação de nós mesmos!
Na minha época bullying não existia e a aula de informática era pra fazer uma tartaruga no meio da tela andar pra esquerda, direita, para cima e para baixo.
Pois bem… Mas aceitação é aceitação em qualquer época em que você é adolescente, não é?
Então cara amiga adolescente, acredite na Titia Nicole: Tudo na vida passa, inclusive a sua adolescência.
A minha busca ao meu lugar ao sol foi assim…
Depois de uns anos no interior voltei para a cidade grande bem na idade chave da ebulição humana – 11 anos – e sofri minha primeira exposição a fama e ao foco dos holofotes com apenas 4 sílabas.
– Bar-ba-pa-pa.
Sim. Esse foi o estopim para minha vida pública carioca, pelo menos nos corredores do meu colégio.
Barbapapa era o nome da minha última escola no interior e a malandragem carioca não perdoou.
A novata esquisitinha do mato ganhou então trilha sonora!
Sabe a música do Esporte Espetacular? Pois é! Cantavam pra mim todo dia me fazendo lembrar de minhas raízes! (Barbapapa-papapa… Barbapapa-papapapapaaa…) To-do santo dia na hora da chamada!
A fama que eu sempre sonhei! Mas não.
Assim debutei na sociedade do meu colégio.
Um tempo depois eu, muito graciosa na adolescência (thank god a era digital não existia nessa época), continuava no caminho da aceitação de meus novos coleguinhas.
O colégio era de frente para o mar, mas estudávamos né? E ficávamos embaixo de ventiladores, logo usávamos casacos.
Um belo dia percebi um certo tititi em torno da minha pessoa.
Risinho dali, falatório de lá.
– Nossa, as meninas da oitava série tão olhando pra mim!
Sem entender chego em casa e abro minha super assinatura de revista! A Capricho!
Tal qual não é a minha surpresa ao me ver na revista mais cool do momento?
Pois é! Seria lindo! Se eu não tivesse ido parar na parte ERRADA da sessão de moda da revista.
Pois é.
Um minuto de silêncio – para mim.
Um fdp de um teenager como me apontou na rua, enquanto eu esperava o ônibus de calça jeans casaco e mochila e me tachou (e fotografou) para o Brasil assim:
Errado! Isso é lá roupa que se usa na orla?
Meu filho!!!! Eu tava esperando a porra do ônibus seu animal! (com voz de havaiana de pau)
Óbvio que atingi meu estrelato aí, de ponta cabeça e do avesso lógico. A tão sonhada fama!
Virei a “Errada da Capricho” no colégio.
Pois é amiguinhos queridos, se eu sobrevivi até hoje e não uso remédio controlado podem ficar em paz!
Tenho certeza que vocês irão sobreviver a essa tal adolescência!