A ALEGRIA DE QUEM ENCONTRA VALOR NO LIXO

A ALEGRIA DE QUEM ENCONTRA VALOR NO LIXO

Dei uma bela apagada esta tarde e fui acordando ao som de alguém cantando de forma super afinada “Tarantela” e outras músicas do gênero.

Não estava entendendo porque alguém cantava tão animadamente músicas em italiano no meio da minha rua tão pacata.

O cara cantava bem e mexia com as pessoas na rua de forma divertida mas respeitosa. Imaginei que poderia ser alguém da casa de festas infantis que tem aqui perto, sei lá… Vai que uma criança dessas mais adiantadas curtisse uma música italiana e colocaram um cantor para recepcionar os convidados…

Aí coloquei a cabeça para fora da janela em busca do cantor, procurei e o achei em frente ao meu prédio.

Vira e mexe um mesmo cara, de uns 40 anos mais ou menos, bate ponto nas lixeiras das redondezas atrás de algo que possa ser salvo.

Ele abre educadamente os sacos de lixo, revira, retira o que lhe interessa e os fecha.

Muito educado, sempre me cumprimentou, já que a lixeira do meu prédio fica bem perto da portaria e eu sempre o cumprimentei de volta.

É. Pois é. O cara que cata lixo nesta e em tantas outras sextas feiras frias, foi o cara que me despertou de forma simpática e alegre.

Agora ele canta Chitãozinho & Xororó “É o amor” e já percebi que é a hora de passear com o Chico e me distanciar um pouco desse karaokê – mas absolutamente nada pessoal, viu?

E já meio acordada, meio dormindo percebo que mesmo catando lixo esse cara é muito mais alegre que muita gente.

Um soco de direita na minha fuça, e na sua que está aí resmungando que o trânsito de sexta feira é uma bosta de dentro do seu carro.

Sobre Nicole

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