Ela estava no caixa da barraquinha de sua família, em uma feira noturna onde cada familiar tinha claramente sua função definida, e a função daquela senhora era cuidar do caixa.
Coluna ereta e atitude bem séria. Ela estava em seu horário de trabalho.
Me aproximo e aguardo minha vez na fila.
– Boa noite, gostaria de um Yakisoba.
– Sai mais um Yakisoba por favor, avisou à “cozinha” sem muito se mover.
– Aqui está, tem 50 reais aqui.
– Cinquenta reais. Ela repetiu, recebendo prontamente uma confirmação minha e do rapaz que estava ao seu lado servindo os refrigerantes.
Colocou a mão no bolso esquerdo e tirou uma nota de dez reais dobrada:
– Dez…
Bolso direito, duas notas de dois reais:
– Quatro…
E do bolso da calça me entrega uma nota de vinte:
– Vinte, pronto. Dez mais dois mais vinte, trinta e quatro reais!
E sorriu, fazendo suas bochechas levantarem um pouco seus óculos escuros, provando que obstáculos ou você empaca neles ou você dá um pulo e o ultrapassa, mesmo literalmente às escuras.