A ODISSEIA DO SUPERMERCADO QUANDO VOCÊ MORA SOZINHA

A ODISSEIA DO SUPERMERCADO QUANDO VOCÊ MORA SOZINHA

Quando a pessoa mora sozinha ela acrescenta outra tarefa diária em sua vida além do trabalho: a ida ao supermercado.

Ir ao supermercado vira tão óbvio quanto tomar banho. Quem mora sozinho não pode fazer compras do mês no Guanabara e brigar pela promoção de cinco quilos de arroz Tio João. By the way, quem mora sozinho provavelmente nunca cozinhou um arroz – pelo menos a pessoa que vos escreve.

Agora o que eu realmente não entendo são as embalagens de alface prontas para o consumo.

Gente, se você habita uma casa com muitos moradores provavelmente você (você?) compra maços abertos de alface, coloca (ou alguém coloca, não pera aí! Lógico que alguém que coloca) produtinho pra desinfetar e pronto!

Aí uma pessoa visionária tem a genial idéia de facilitar a vida dos solitários e cobrar bem caro por isso.

Pois bem! Paga quem quer e tem pressa, né? Mas quem foi o malandrão que achou que uma pessoa sozinha come 45 folhas de alface americana por refeição?

E o desperdício meu povo? Quem teve essa idéia não sabia que cinco minutos de ar já deixa o alface todo cabrobró? E que o alface cabrobró custa, a saca, R$5,99? De folha? Com gosto de nada? Que faz o mesmo crec-crec de comida de vaca?

E o leite? Me explica como faz com um litrão de leite? Toma de três em três horas pra não azedar? Mas quem vai dar um tapinha nas minhas costas para eu arrotar? O porteiro da noite?

Mas tudo bem, quantidades exacerbadas a parte vou comprar aspargos! Eles vem em pouca quantidade, quatro no máximo! Ufa! Que bom! Epa? Cinco reais divido por quatro é igual a? Caceta! Aspargos das pontas de ouro!

Ah, mas as solteiras podem dizer: Mas ir ao supermercado a noite é o maior point da paquera!

Pera lá cara pálida! Para mim é ponto de observação! Mas da cestinha alheia!! Sim, não piriguéto pela área de congelados procurando ver se o cara que pega o nuggets de queijo é o mesmo da foto do Tinder, mas eu julgo muito a cestinha alheia! Inconscientemente e infelizmente.

Se liga na lógica: Além de sofrer com as quantidades esquizofrênicas para as ovelhas desgarradas do leito familiar, ainda tenho que esperar um rapaz na mesma faixa etária que eu passar sua compra do dia: Um saco de pão Wickbold normal sem nenhum light, grão ou iogurte com cenoura no rótulo e três latinhas de Skol, meu povo! Opa! Com cartão Zona Sul seu jantar fica em R$10,19!

Como não julgar a injustiça mundana quando na sua cestinha consta: Carne (moída porque não dá trabalho e está mais descongelada do que o peito de frango), requeijão light, tomatinhos cereja, cenouras, um saco de limão (é diurético, né?), QUATRO aspargos e um saco de alface da vaquinha crec-crec?

– Cartão Zona Sul, senhora?

– A saca de alface tem desconto? (A saca mesmo, não o saco, já que o conteúdo me lembra vaca, que me lembra fazenda, que me lembra arroba.. E se você não pegou até agora deixa pra lá).

– Err. Não, senhora.

– Trinta e seis reais e vinte centavos. Crédito ou débito?

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