A RESSACA

A RESSACA

Depois de uma tarde regada a muita cerveja-refil, um x-burguer do Mc para dar aquela forrada antes, bolinhos, pasteis durante e um Burguer King depois você vai dormir, sem antes tirar a maquiagem, porque você está bêbada mas já está no segundo tempo dos seus trinta anos.

O sono pós-porre é um sono sem dignidade. Você é um corpo jogado na cama. Seus sonhos fazem parte de uma viagem muito louca reflexo da farra que para seu organismo ainda não acabou.

Seu fígado está puto, enquanto você está com os braços para cima, boca aberta e morta, ele tenta a todo custo e a pleno vapor fazer com que seu corpo absorva a quantidade de álcool, gordura e glúten ingeridos e que você consiga de alguma forma viver novamente, algum dia.

Água, preciso de água, estou com muita sede, água, água.

Cavalo perto da fábrica. Cavalo com sede. Preciso de água, água, água. Sonho louco, água, cavalo.

Despertador toca.

Banho.

No meio do banho. Ué? Eu não estava morrendo de sede? Por que eu estou tomando banho ao invés de beber água?

Nossa, acho que tô bêbada.

Café.

Aquele Burguer King não me caiu bem, tô enjoada.

Ai, minha cabeça.

Neosoldina, neosaldina, cadê você minha filha?

Gole dágua.

Saio de casa.

Wow! Sol. Muito sol. Não consigo enxergar.

Sono, muito sono.

Ai minha cabeça, ai minha barriga.

Fome, muita fome.

São dez e meia da manhã, preciso de um temaki. Tenho certeza que um cream-cheese salvaria minha vida.

Vou antecipar meu vôo.

Não, não. Cream-cheese.

Sorria cara, você está indo para o Rio.

Não dá para ser feliz agora com tanta informação na minha cabeça que parece estar cheia de vento barulhento agora.

Usar óculos escuro não nos deixava invisível? O Jerry Maguire é uma farsa?

Minha amiga tem razão, depois dos trinta você não fica de ressaca, você fica doente.

Sobre Nicole

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