Pensou na vida, pensou na falta de tempo, pensou no trabalho.
Tão robôs que somos! Só olhamos a nossa própria programação e na maioria das vezes só olhamos para fora porque somos obrigados, engarrafados por exemplo.
Como a avó sempre manda levar o casaco, a vida espalha a todos os ventos o clichê do viva o agora, o problema é que a gente que não dá bola.
Enquanto pensava em um futuro naquele céu rosado, luzes vermelhas piscavam e dois homens conversavam pacificamente no meio meio da via. Pareciam esperar.
O tempo deve ter sido de duas rodadas inteiras dos pneus, foi o tempo necessário para enxergar mais. Uma maca ao chão e um corpo enrolado em um grande “papel alumínio”.
Ele, ela, alguém.
Alguém com amigos, família, alguém com uma vida, agora ali, ao lado de cones, esperando o que já não podia mais esperar.
O trânsito seguia, as nossas vidas também.
Por um momento desejei que ele/ela/alguém tivesse ao menos conseguido reparar naquele lindo fim de tarde.
Lindo fim de tarde para um triste fim.
É Renato, é preciso amar as pessoas… Porque se você parar… Na verdade não há.