Família é família em qualquer lugar do mundo, e onde há família vira e mexe há um conflito.
Ontem a noite fui dormir na santa paz do senhor.
A família, composta por um namorado e um cão-ex-sem-teto, estava levando naquela noite nota dez em harmonia.
Fui dormir primeiro, na maior paz do mundo, até ser interrompida por uma confusão generalizada dentro do meu próprio quarto aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo de meu sono.
Ao abrir meus olhos, me deparei com dois machos duelando em um ringue de UFC.
O ringue rapidamente percebi que era minha própria cama, e tentando registrar como que a cena anterior da Paz de Cristo havia se tornado um campo de batalha, deduzi que Francisco aproveitou meu sono e foi dormir ao meu lado, na cama, lugar oficialmente registrado em nome de Tomás.
E foi quando Tomás resolveu dormir no lugar que é seu por direito – acho que acabei de entender a rivalidade de ambos, antes achava que era uma disputa pela minha pessoa, mas não. Tomás tem o hábito de sempre cochilar no sofá, que é de posse de Francisco por usucapião, Francisco por vingança foi dormir então na cama, lutando por direitos iguais. E foi na hora do encontro dos Rio São Francisco e Solimões que acordei.
A cena era patética.
Francisco rosnava defendendo seu território, a cama.
Tomás rosnava querendo o direito de deitar naquele território que nunca na vida pertenceu à um ser de quatro patas.
A luta era de quem tinha mais poder.
Chico tinha dentes e rosnadas para distribuir.
Tomás tinha tamanho e um casaco grande.
Por uma distração de Tomás, Francisco agarrou a manga de seu casaco, fazendo o sangue de todos os presentes ferver.
Eu, zonza, tentava intermediar como uma representante da ONU, pedindo racionalidade para o macho de maior estatura.
Tomás pegou suas havaianas e eu gritei:
PÓPARAR!!!
O macho mais alfa, puto, ordenou:
Some com esse cachorro agora! Ele vai dormir na área.
Eu estava no meio de dois egos feridos.
Francisco passou a noite na área, vez por outra latia. Tomás graças a Deus não latiu essa noite. Seria assustador, e minha noite já estava com muitas emoções.
Acordei primeiro e liberei Francisco, que fez festa para mim.
Mais tarde Tomás acordou, e toda vez que isso acontece Francisco e Tomás se derretem um pelo outro emanando amor para todos os continentes.
Mas hoje não.
Tomás sequer olhou na cara de Francisco.
E Francisco pasmém, idem.
Agora estou eu, Nicole, precisando gerenciar a briga de egos feridos de dois machos que não se falam e não se olham.
Em pleno sábado de sol, esperando ver quem vai abanar o rabo primeiro.
Oremos.
Está pronta. Agora é hora de juntar tudo e publicar! Está esperando o quê?
Com esse apoio vindo de você, acho que passei de marcha e vou acelerar um pouco =)