ÁS VEZES, A FORÇA VEM DE ONDE NÃO ESPERAMOS

ÁS VEZES, A FORÇA VEM DE ONDE NÃO ESPERAMOS

Sábado de sol no Rio de Janeiro, decido sair para correr como de costume.

A corrida para mim sempre serviu como uma meditação. Costumo correr sem música, eu e os meus pensamentos.

Todos nós sabemos que em qualquer esporte que praticamos a cabeça tem um poder mágico de nos derrotar ou de nos fazer superar nossos próprios limites.

Não há preparação física capaz de vencer uma mente derrotada.

Corro debaixo do sol de meio-dia e ao completar metade da minha meta estipulada, minha mente começa a fraquejar.

Pensamentos preguiçosos e negativos vão tomando conta de mim.

Algumas passadas adiante, avisto um homem extremamente deficiente fisicamente, suas pernas e seus braços não são pernas e braços de fato, são pequenas partes de um corpo disforme.

Esse homem está em cima de uma toalha embaixo do mesmo sol que me castigava.

Já havia passado por trás dele na ida e já havia refletido sobre sua situação.

Corria com uma garrafa de água na mão e quando o avistei novamente pensei que ele deveria ter sede, logo aquela garrafa que estava em minhas mãos precisava ser repassada.

Chegando mais perto percebi que ele já tinha sua água e não pedia por dinheiro, apesar de estar ali com uma caixinha de contribuições.

Na ida já o tinha visto cumprimentando quem olhava para ele.

Quase ninguém o olhava, apesar de um pouco diferente de pessoas perfeitas, a maioria fingia que ele não existia.

Diminuí o passo da corrida para olhar nos olhos daquele cara e prontamente ele abriu um sorriso com dentes sofridos e com seus braços fora do padrão acenando e disse:

– Boa tarde!

Respondi o mesmo sorrindo e segui minha corrida quando ele em seguida grita:

– Moça, tenha um bom final de semana!

Acenei já de costas para ele e falei para o vento:

– Você também!

E como em um passe de mágicas aquela pessoa me deu uma força que eu nunca havia sentido na vida.

Corri, corri, corri sem cansar, corri agradecendo, corri me desculpando.

Corri feliz de ver força em alguém que tinha tudo para se sentir um derrotado.

E aí mais do que nunca acreditei que não há dificuldade física capaz de vencer uma mente vitoriosa, seja no esporte, ou na vida.

Graças a Deus.

Sobre Nicole

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