Entreguei o crachá e fui para o calçadão.
Lembrei que como toda carioca eu carregava um par de havaianas na bolsa.
Fiz a troca.
As atletas do vôlei recolhendo suas redes.
As gaivotas fazendo seus últimos voos em grupos, ordenados por uma líder, que de tempo em tempo passa o bastão para uma nova líder.
Os funcionários de uma obra descansando em seu intervalo.
As pranchas de surf em cima dos carros.
Os corredores com suas camisas e cabelos molhados de suor.
As babás e seus bebês.
O baixo bebê e seu parquinho na areia.
Os turistas com sotaque mandando desencanar, sim esse é o nosso espírito, desencana meu irmão!
As bikes do Itau.
Um grupo gravando algo na areia.
O pequeno cachorro valente que late com a bravura de um leão.
As bikes elétricas.
O som dos carros mixado com o som das ondas.
Eu sempre soube mas hoje tenho certeza absoluta.
Apesar de tudo, abençoados aqueles que aqui moram.
Mas como já diz o samba enredo do carioca exilado em SP:
“Sair do Rio não é para qualquer um, na sexta-feira vou voltar de 1001.”
Obrigada Rio, por tudo.