Ela esperava ansiosamente por aquele raiar do dia.
No auge de seus nove anos já não esperava mais Papai Noel chegar, nem mais se impressionava com a agilidade do Coelhinho da Páscoa, que durante anos conseguiu entrar no seu quarto e colocar tantos ovos embrulhados em papéis barulhentos sem ao menos desperta-la.
A data? Doze de outubro.
Assim que seus olhos abriram, ela saltou da cama e rapidamente desceu os primeiros degraus da escada, ao fazer a curva a surpresa:
No final da escada, em cima de um móvel esguio de madeira, lá estava seu presente de Dia das Crianças.
O presente mais incrível de toda sua vida.
Uma maletinha de canetinhas para colorir.
Naquele momento, ela enfim entendeu o que era felicidade.
E a felicidade não vinha de Papai Noel algum e sim de uma velhinha amada a quem desde pequena lhe ensinaram a chamar de avó.