N/a Crônicas
Uma sucessão de encontros inesperados que geram um recomeço.
Hoje por um acaso o Rafa escutou um cara procurando doação de ração.
Ele queria levar para algumas famílias e onde ele procurava não tinha.
O Rafa então decidiu usar o dinheiro arrecadado ontem para suprir essa necessidade uma vez que não tínhamos todas as rações dos animais que pediam.
Em troca, esse anjo que caiu nosso caminho nos levou com ele.
Fomos, compramos, descobrimos que o cara era um cara de coração maravilhoso que nos ajudou e muito.
Já no caminho devastado pela tragédia vi essa cadelinha. Muito mas muito magra. Decidimos óbvio resgata-la.
Assim que sai para pega-lá outro cão apareceu.
Não poderíamos levá-la somente, e esse simpático velhinho com um machucado e com bicheira entrou conosco.
Fizemos as doações, vimos muitos mais animais abandonados esperando os donos que provavelmente nunca voltarão.
Paramos em várias casas destruídas e abandonadas para deixar ração até voltarmos para resgata-los.
Os dois não mostraram a mínima resistência quando resgatamos.
A cadelinha provavelmente nunca soube o que era um carinho e mesmo morrendo de medo se aninhou em meu colo como quem entendesse que ali havia esperança.
Ela está bem desidratada, muito. A veterinária disse que ela está sofrendo, mas graças a Deus ela cruzou o nosso caminho e foi fortemente medicada.
O grandão, que apelidamos de Tigrao aparentemente está bem, tirando uma bicheira.
Confesso que foi muito difícil hoje ir embora do abrigo.
Saber que existem tantos animais tão fragilizados e assustados é de partir o coração.
Achei essa foto especial.
Ela me olha com esperança e eu olho para fora com esperança.
Foi uma selfie e eu olhei para o lado de propósito porque o meu propósito é sempre ter esperança.
Quando a gente chega em uma tragédia como essa a gente vê que o buraco não tem fundo e se não tivermos esperança não teremos nada.
