GAME

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Ontem fiquei sabendo da existência de um aplicativo de pegação, tipo um Whatsapp, sabe? Mas ao invés de “What’s up” o aplicativo seria tipo um “How you doin”.

– Se você não entendeu o trocadilho deixa para lá, provavelmente você nasceu lá para os anos 90, o que te faz um adulto, mas não um adulto da minha geração. E se você não acha graça com um How you doin’, eu lamento e muito.

Voltando… O aplicativo localiza pessoas perto de você, cruza informações e se ambas as partes se interessarem, elas começam um chat privado e de repente: Game garantido!

Ok, ok. Já sabemos que o nível de superficialidade das relações hoje está super hiper, mega alto, logo acabamos amando mais o celular do que ao próximo, e aí a chave do sucesso para um aplicativo desses?

– Hm, cigarrinho imaginário da reflexão e testa franzida. –

Sou de uma outra época, tão superficial quanto, mas de uma época anterior.

Lembro-me certa vez que uma amiga, muito bonita , confidenciou:

– Agora você entende por que eu sempre fico no zero-a-zero? Olha para essa festa. Existem um milhão de mulheres com saia tamanho PP atirando para tudo quanto é lado, você acha que algum cara vai perder tempo trocando olhares comigo? Para que um homem vai bancar esse joguinho com risco de não dar certo se existe um pedaço de carne rebolativo se jogando em cima dele?

Sim, se antes já estava complicado, como lidar em um mundo onde a “pegação” está a um chat de distância?

Para onde foi parar o romantismo, gente? Todo o caminho bonitinho e nervoso para quem sabe dar uns beijinhos?

Fiquei me imaginando chegando em um barzinho, ativando meu super aplicativo, achando um gatito, descobrindo mil informações sobre sua vida, começando um super bate papo e quando dou por mim, havia chegado ao bar e mal levantei a cabeça para falar com o garçom, quiçá perceber que o gatito do chat está duas mesas de distância de mim.

Cadê a ruborização da paquera, meu povo? O flerte cafona? O friozinho na barriga?

Cadê? Está junto com o Wally? Que pegou carona em uma cauda de cometa?

É gente, não é que não exista amor em São Paulo não… Não existe amor mais em lugar algum!

Agarrem suas exceções porque é o que tem para hoje.

Em diante.

Sobre Nicole

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