HAPPY HOUR NO CENTRO DO RIO

HAPPY HOUR NO CENTRO DO RIO

Ah Manoel Carlos, você faz ótimas novelas mas como é bom a vida não ser apenas Lebloniana, né?

Eu, “acostumada” por literalmente ossos do ofício com muvucas zona sulescas, leia-se Belmonte ou Jobi do Leblon, me aventurei – novamente, ah que saudades! – em um happy hour no centro da cidade.

Tudo bem, nada que não me custasse 1 hora e 40 minutos para percorrer 10 km, deve ser culpa das vigas de 120 toneladas que desapareceram, tenho certeza.

Chegando no mundo velho, ou melhor, no centro do Rio me direcionei para uma verdadeira muvuca, com direito a música ao vivo, pagode, e gente de todo tipo, e em todos os estados porque né? É sexta-feira.

Já devidamente enturmada no Espetinho Gaúcho do Menezes Cortes, peço meu primeiro chopp.

Faço meu scanner das redondezas e reparo em uma senhora vendedora de rosas e um executivo.

Continuo meu scanner, estou em um happy hour a céu aberto.

Horas depois, eles continuam ali.

Ele, um possível advogado, corretor, executivo, um homem engravatado.

Ela, uma vendedora de rosas com uma bolsa nas cores do reggae, bermuda e sandália rasteira.

Um celular modernoso em cima de um livro, um chopp para ele e uma Pepsi sem gelo para ela.

Ali ambos relaxam, provavelmente não existe nenhum interesse maior do que espairecer a mente depois de um difícil dia de trabalho para ele, e para ela, de repente uma pausa entre mesas, na espera que os chopps inebriem possíveis casais e suas rosas possam ganhar um lar diferente do que seu baldezinho.

Como eles foram parar lá, só Deus sabe!

Ali, agora, eles se encontram e se entendem.

Ah centro da cidade, que saudade eu estava de você!
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Pós-post: Os dois se levantaram, ele pagou a conta, se despediram com dois beijinhos e um abraço carinhoso, ela foi embora com seu balde com menos duas rosas que ele carregava em suas mãos, cada um em sua direção.

Sobre Nicole

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