Orla do Leblon, domingo, aquele dia lindo lindo sem uma mísera nuvem no céu, apenas gaivotas e um helicóptero acompanhando as ultimas homenagens ao José Wilker no teatro de Ipanema.
Lá estava a minha pessoa fazendo sua fotossíntese, aproveitando cada segundo de seu final de semana carioca. A tiracolo: namorado e seu long.
Enquanto andava de skate ia viajando na fauna e flora, admirava (leia-se invejava) principalmente aqueles rapazes com 30 anos de skate na veia dando aquelas passadas de quase noventa graus sem desequilibrar e nem dar um mortal para trás por alguma falha técnica.
Em uma das minhas passadas-junior fui tida como exemplo por uma mãe que me apontava para a filha pequena com seu skate cor de rosa e falava: Viu filha, é só treinar que você anda que nem ela.
(Nesse momento meu peito estufou de orgulho tipo pombo, mas depois realizei que era mais seguro ter a mim como referencia do que os passadores largos suicidas para aquela mãe).
Mais a frente, depois de umas remadinhas fui aproveitando o embalo do skate. Foi quando uma menininha linda de cabelos ondulados, olhos claros e um mini-bocão encantou comigo, ou melhor com meu skate e enquanto passava ela ia me acompanhando curiosa até abrir um sorriso tímido. Eu estava viajando com aquela graça de criança e já me preparando para brincar com o responsável que no ovo da páscoa dela deveria vir um skate de presente!
Então fui dirigindo meu olhar ao adulto ao seu lado, que também prestava atenção para o que tanto sua filhinha olhava – meu skate e consequentemente minha pessoa.
E aí realizei que a mão que segurava aquela criança pertencia ao corpo e a cabeça do Cauã Reymond, só que enquanto eu realizava o fato eu já procurava o meu namorado para mostrar a menina bonitinha.
– Tá, já sei, você acabou de ver o Cauã Reymond, disse meu namorado meio com aquela cara de “minha mulher acabou de topar com o Cauã e vai compartilhar a emoção comigo”.
– Amor, se eu te disser que eu estava indo comentar da menininha você não iria acreditar, né? Eu juro que essa minha cara de boba é pela menina não por ele!
Enquanto realizava que Cauã havia sido apenas um figurante do elenco de apoio da minha cena já imaginei a próxima capa da Contigo: Sofia ganha skate do pai e deixa Grazi furiosa.
Foi mal aí gente! Não queria atrapalhar!