– Esse cachorro é do posto?
– O Lobão? Quer ele para você? Pode levar. Ele tá velhinho e meio cego.
– Não dá.. Se eu entrar em casa com um cachorro vou ter que alugar esse tapete para mim. Achei que ele era de algum de vocês.
– Não é não. A carrocinha sempre pega ele, mas dá dois dias ele aparece de novo. É sempre assim.
Fui embora pensando no Lobão, e sempre que podia dava uma controlada para ver se ele estava na área.
Ultimamente Lobão andava sumido, o que me preocupou um pouco devido a sua dificuldade visual e idade avançada, sei lá, achei a lealdade dele “para com” o posto digna.
Hoje fui abastecer o carro e lá estava ele, com seu cotoco de rabo deitado no seu tapetinho.
Neste posto existe uma temakeria, o garçom abriu a porta, procurou algo e encontrou, Lobão, que se levantou, abanou o rabo que não tem e foi atrás do cara. Os dois pararam em frente da porta, Lobão deitou no chão com as patas para cima e ganhou uma bela coçada de barriga.
E nesse momento, depois de um dia de cão, só me veio uma coisa na cabeça, a mais clichê delas:
“All we need is love, love is all we need.”