No interior é assim..
Toda esquina tem um cachorro curtindo um dolce far niente.
Todo nome vem acompanhado de uma referência.
Toda sombra tem alguém fazendo proveito dela.
Se não tem banco não tem problema, tem sombra e a gente senta no chão da rua.
Tem igreja e a igreja fica na praça.
Atrás da igreja tem mais um buteco, carinhosamente chamado de Cu do Padre.
Também tem um coreto que no Natal também tem árvore, presente e Papai Noel de plantão.
Todos impreterivelmente se conhecem – e se ajudam.
A mesa está sempre posta e o patriarca da família só come quando toda a família e os agregados estiverem satisfeitos.
A porta está sempre aberta e a campanhia são as próprias mãos.
Tomar um sorvete é um delicioso e barato programa:
R$1,25 a bola.
As Lojas Americanas são simpáticas vendinhas em que encontramos de tudo e mais um pouco.
Lá você não tem uma fazenda, tem uma roça.
Lá nas férias não tem noitada, tem gincana.
No interior o tempo passa devagar.
Tão devagar que a agilidade e a velocidade da informação do mundo moderno entra em colapso e te deixa na mão.
E aí você percebe que só pelo simples fato de se desconectar suas impressões sobre o mundo mudam.
O tempo custa a passar justamente porque ele sabe que na vida tumultuada da cidade grande o tempo voa.
E para ter uma vida equilibrada precisamos de um pouco de lá e um pouco de cá.
A capital nos impressiona, o interior nos coloca no chão.