O CAFÉ E A RUA

O CAFÉ E A RUA

Oito da manhã de uma segunda-feira com um tempo bem esquisito. O sinal de trânsito fecha, a multidão que sai da estação do trem atravessa a rua como um cardume.

Penso que preciso comprar um café.

Lamento a falta de drive-thru de café, eu abriria um fácil, fácil.

Na diagonal à saída do metrô, uma senhora atende transeuntes em sua barraquinha de café e bolos diversos.

– Hm…

Um gari cata resquícios de alguém porco. Observo que sua lixeira tem sacos simulando folhas.

Fofo – pensei.

Fico viajando nas embalagens que estão no chão e não no lixo.

Ele varre cuidadosamente.

Observo que sua lixeira é como minha mesa do escritório. Pertences necessários para o dia a dia, uma garrafa de água e mais alguns pertences.

Fico pensando.

Ele pega um saco plástico, amarra com cuidado na mesa da mocinha que vende café.

Eles se saúdam com a cabeça.

Ela continua com suas vendas, ele anda em direção a um novo lixo e o meu sinal abre.

Sobre Nicole

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