Na noite passada rolou um japinha de jantar excelente.
Acompanhando o japonês, pedi um sakê no quadradinho lá, que sempre esqueço o nome.
– Transborda, senhora?
– Pode, claro.
Foram dois quadradinhos no total, um rodízio e uma mousse de chocolate de sobremesa.
Cabra velha de mercado, cheguei em casa e xuxei água para dentro para hidratar o produto interno bruto de meu corpinho.
Não era para tanto, mas meus trinta e um anos já me mostraram que passei a empinar a carroça em momentos nunca dantes esperados. Então fiz o preventivo.
Acordei ok.
Umas duas horas depois, caiu a pressão.
Comecei a suar frio e não entender muito o que rolava ao meu redor.
Comi cream-cracker com mel. Sei lá porque, mas achei que me salvaria ou ao menos adoçaria minha situação.
Que diabos, pensei.
E até as duas da tarde, já tinha ficado com a bexiga explodindo de cheia sete, eu disse SETE vezes.
Quis ser fofa e discreta. O que quis dizer é que tive que correr pra fazer xixi sete vezes até então.
Queria até me desculpar com a mocinha da cadeira do corredor do avião. Afinal, quem levanta para fazer xixi em um voo de trinta e nove minutos?
EU!
E olha que já tinha feito pit-stop duas vezes no aeroporto. E quando o avião pousou corri como se estivesse a horas sem ver um banheiro no fim do túnel.
Pô, mas e aí. Que que Nicole tá contando de bexiga apertada no Facebook, senhor?
É porque eu tô grávida.
Mentira!
É porque eu tô velha mesmo. A ponto do namorado, assustado com minha bexiga descontrolada dizer com a certeza de um detentor de CRM na carteira:
– Tá vendo? Se empanturra de shoyo, coloca quinze quilos de sal no sakê e não sabe porque passa mal depois. Já não te falei quinhentas mil vezes que comer muito sal faz mal à saúde? Aí a prova, ô!
29/08/2015