O RECREIO NO COLÉGIO

O RECREIO NO COLÉGIO

Como éramos felizes e não sabíamos ao soar o alarme às 10 horas da manhã!
Anos com vergonha de dizer aos “mais velhos” que ainda tínhamos hora do recreio e não um maduro intervalo dos tempos de faculdade!
Na hora da sirene podíamos tudo! E tudo, naquela época, era voar para a fila da cantina e esperar a pizza, o pastel pingando gordura, o hambúrguer, o joelho ou vulgo italiano “na casa de fulano” (alô Niterói!).
Sem dó e nem piedade mergulhávamos em guardanapos de butecos engordurados – até então tão desconhecidos por nós!
Naquele tempo o único controle que tínhamos era de nossa escassa mesada, ou semanada e não o controle de nutricionistas pentelhos dizendo que cotage era o novo queijo cheddar.
Comer enroladinho de salsicha era permitido e o bullying muuuuito moderado!
Pensamentos sórdidos eram ínfimos e naquela época meninas e meninos ainda se estranhavam!
Um enroladinho de salsicha era apenas um enroladinho de salsicha!
O brownie era religiosamente aguardado, muitas vezes queimando a mão de tão quente saído do forno.
E que comer bolo dava dor de barriga que nada! Atire a primeira pedra a criança que teve desarranjos intestinais com tal ameaça!
Mas o ápice mesmo do recreio era quando a as mocinhas da cantina deixavam a gente raspar a cumbuca onde a massa do brownie era feito!
Era dedo na cumbuca da massa crua para tudo quanto é lado e aquela nítida sensação de ter tirado a sorte grande naquela hora feliz!
E tudo isso às 10 da manhã!
Hoje conquistamos a maioridade, somos mais bem remunerados, podemos votar, podemos ser presos e o que tem para às 10 da manhã?
Uma barra de gergelim de fazer inveja à passarinho domesticado porque a nutricionista (olha ela aí!) mandou sentadinhos em frente ao computador planilhando valores no Excel.
E a gente achando maneiro o filme “Quero ser grande” no auge de nossa infância!
Ahhhh, a ingenuidade infantil!
QUERO SER GRANDE

Sobre Nicole

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