Francisco, sempre ele.
Por ser um cachorro de rua e adulto, Francisco chegou na minha casa sem grandes catástrofes.
(Destruir um sofá está fora da definição de catástrofe para um cão como Francisco)
Nunca roeu nenhum sapato, quina de parede e sempre fez suas necessidades na rua.
Certa vez, Francisco me matou de orgulho ao sinalizar, em um quintal de amigos, que queria ir embora.
A impaciência era apenas fisiológica, pois ele sabia que ali, naquele quintal onde rolava um animado churrasco, não era lugar de rolar um animado xixi.
– Que mocinho educado! E esmaguei sua cabecinha em um misto de Felícia com orgulho da mamãe.
—–
Nos dias que São Pedro decide castigar São Paulo é um Deus nos acuda, já que Francisco tem horror a chuva, e as ruas molhadas lhe tiram o olfato do mijo amigo.
Ontem, durante uma brecha de São Pedro, corri para a rua com o dog. Garoava e Francisco só queria voltar para casa e ajeitar seus pêlos dourados com uma girada de cabeça e corpo em velocidade 5 do créu.
Mas eu insisti, e consegui que ele levantasse sua patinha em posição de xixi, mas não vi esguicho algum.
Pensei estar distraída e depois de um segundo momento fisiológico, cujas provas recolhi com minhas próprias mãos em um simpático saquinho com escritos “Oh, you poooped!” e ossinhos desenhados, voltamos para casa.
Já pronta para dormir, Francisco adentra o quarto com as patas molhadas.
Ele não costuma brincar de banheira do Gugu com seu pote de água, então fomos averiguar aquele estranho rastro.
Depois de revirarmos a casa inteira, uma surpresa.
Francisco havia feito xixi.
NO BANHEIRO!
Ele fez no tapetinho, porque se fizesse na privada eu ia ficar bolada.
E de alguma forma tentou chamar a nossa atenção, para avisar do feito e da necessidade da conclusão do mesmo.
Era meia noite quando o boy trocou de roupa e desceu com Francisco.
Era meia noite quando peguei um desinfetante e comecei a passar pela casa toda.
Era meia noite quando pensamos, morrendo de orgulho:
Ah, que gracinha! Fez xixi no banheiro! Oimm!