No taxi, o motorista me conta uma história:
Estava indo para o Galeão quando o mundo desabou… Desembarque lotado e para todos os lados havia engarrafamento.
Já fazia uma mentalização de qual seria o destino menos pior com aquela chuva e aquele trânsito caótico.
Eis que um passageiro vem em minha direção e pergunta:
– Amigo, quanto que você cobra para ir para Búzios?
O taxista pensou, pensou e resolveu pedir um preço absurdo sabendo que a proposta seria recusada.
– R$650.
– Por R$600 eu fecho.
O motorista pegou-se vendido, mas topou pois tinha muitas contas para pagar e já era final do mês.
Depois de seis cansativas horas de viagem, passageiro e taxista chegaram em Búzios.
O passageiro solidário ao horário até ofereceu para que o taxista pernoitasse lá, mas o mesmo preferiu retornar para casa.
Já em casa no Rio toca o celular do taxista:
– Seu Gerson? O senhor já está em casa? Chegou bem?
E aí Seu Gerson sorriu e disse para mim:
– Minha filha, aquele homem pagou uma fortuna para viajar e mesmo assim se preocupou com a minha volta. Isso é raro um ser humano fazer…. Não somos solidários, só pensamos em dinheiro!
– Respondi que estava em casa e que na próxima vez que ele retornasse ao Rio, faria questão de transporta-lo.
– Não é nada não é nada, dobrou minha soberba pelo dinheiro e me mostrou que além de contas devemos nos importar com o próximo.
E aí a gente vê que fazer o bem só gera… O bem!