Quando eu era criança, um adulto recebia cartas e contas pelos Correios, telegramas caso fosse algo bem urgente.
Eles também assinavam jornais e revistas, em troca da comodidade de não precisar ir à banca.
Nesta época caso morássemos em prédios atirávamos nossos lixos em escorregas fechados por uma portinhola na escada do prédio.
Hoje já adulta não assino um mísero jornal, mas acesso portais de notícias assim que acordo. Confesso que prefiro ler a versão como um jornal de verdade, do que apenas clicar em um link, mas para ter esse acesso você precisa fazer sua assinatura, mas a digital.
Uma noticia urgente ou nem tão urgente assim chega em segundos no celular. Programas de trocas de mensagens instantâneas é o que não falta.
A locadora, que precisávamos correr as sextas feiras para que não pegassem o filme que havíamos escolhido, deu lugar à TV a cabo. Mais uma assinatura.
Além disso nos munimos de um Apple TV que nos permite inclusive também alugar filmes facilmente creditados em seu cartão de crédito.
Ah também assinamos o Net Flix para quando queremos assistir alguma série antiga ou um filme velho.
No lugar do velho rádio, os CDs que foram facilmente trocados por mp3s, que depois dos vetos de Napsters e afins deu uma certa preguiça de baixar músicas, mas poderíamos escuta-las no Youtube assinando canais de interesses de graça.
Depois ainda inventaram aplicativos que pagando uma mensalidade também te permitem escutar todas as músicas, inclusive offline, podendo pesquisar as mais escutadas e não te tornando uma pessoa obsoleta no que toca por aí. Você pode inclusive escutar playlists alheias!
As ligações de telemarketing tentando te entubar uma assinatura da Veja, Claudia ou SuperInteressante nunca mais recebi, e então realizei que de repente é porque eu não tenho um telefone fixo em casa porque simplesmente não existe a mínima necessidade de um.
E enquanto escuto Chico cantando “Meu caro amigo” no tal do programa de música, toca a campainha aqui de casa. É o moço da limpeza do prédio para recolher o lixo, uma vez que os novos prédios, não me perguntem porque, não possuem mais a última aventura do lixo antes de serem esmagados pelos caminhões: o tal do escorrega.
E olha, parece que foi ontem que eu esperava ansiosamente chegar uma revista lá em casa para saber das atualidades, ou quem era o novo Colírio da Capricho.
Era um mundo onde uma # era apenas um jogo da velha.
É, o pior é que parece que foi ontem.