REBELDE DE PATAS SEM CAUSA

REBELDE DE PATAS SEM CAUSA

Essa semana descobrimos que nosso filho de quatro patas entrou na adolescência.

– Suspiro de pais preocupados com o futuro do pequeno meliante –

Lá no passado, Francisco destruiu sem dó nem piedade nosso sofá e com isso acabamos descobrindo quem eram nossos amigos de verdade.

Não achávamos que sofreríamos preconceito por ter adotado um filho de quatro patas diretamente das ruas, mas não sabíamos quantas visitas nossos amigos iriam suportar sentando em um sofá destruído.

O medo do preconceito estava lá, naquele sofá.

Decidimos que manteríamos o sofá vintage com pegada destroyed em nossa casa por alguns meses até termos certeza que Francisco havia se adaptado, e depois de muito respirar tomamos coragem e compramos um novo.

Obrigada amigos pelas provas de amizades!

Ah, que bom. Finalmente a sala deles vai ficar bacana!

Ledo engano, quem tem cachorro decora seu sofá com a manta que tem disponível, e as nossas não ornam com nada então continuamos quase na mesma, com mais espumas disponíveis para quem quiser sentar a bunda.

Chico cresceu, virou o rei da casa dobrando até o durão do Tomás, que mima e faz todas as vontades de seu primogênito peludo.

Nesta segunda, Chico emburrou de usar o casaco coxinha dele para protegê-lo do frio. Passeou contrariado e assim que teve a oportunidade roeu seu símbolo máximo de coxismo. Destruindo-o.

Optou passar frio passeando do que passar vergonha caso cruzasse com algum amigo-cão da época vida-loka das ruas.

Ontem incorporou o estilista e fez um buraco em sua manta norte-americana comprada com tanto esmero pela mãe que fazia o enxoval de sua irmã bípede nas gringas. Vestiu como se fosse um poncho (é esse o nome?) asteca. ‪#‎ChicoRoots‬ ‪#‎ÉNóisMano‬

Hoje antes de sairmos para jantar fez tanto charme que atrasamos e mudamos a programação do passeio, que seria apenas pós-jantar para atender a jogada de charme do pequeno.

Ao retornarmos para casa, estranhamos que Chico não havia feito muito barulho, como o normal. Olhamos o sofá e vimos que ele estava com a manta super no lugar.

Já sei, aposto que estava dormindo no quarto de visitas.

Checamos a cama, meio amassada e quentinha quentinha.

Ah, que gracinha. Passou o jantar todo quietinho dormindo na cama de visita, que exemplo de cachorro lindo.

Aí entramos no nosso quarto, que estava impecavelmente arrumado e…

Surpreendentemente, o pai durão virginiano, que esganaria Francisco pelo ato rebelde terminou a noite enchendo o cão de carinho e falando ao ir dormir:

– E aí, Chico? Vamos dormir?

É. Quem diria. Temos um rebelde sem causa e um pai coração mole. Só quero ver quando essa neném nascer.

P.S: Acho que precisamos de uma terapia em família.

P.S2: Será que vazou a informação que estávamos em uma Parrilla Argentina e que não havia nenhum dog-bag reservada para Francisco?

Sobre Nicole

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