Estava chovendo em uma quinta-feira sem graça em São Paulo.
As pessoas andavam nas ruas apressadas, guarda-chuvas a postos, mãos nos bolsos e cabeças abaixadas para aqueles que esqueceram o acessório em casa.
De repente, escuto uma cantoria.
Olho à minha frente e vejo uma mulher varrendo animadamente uma calçada com a ajuda da chuva.
Atrás dela, um rapaz segura um guarda-chuva fazendo a proteção daqueles pingos de água que caem do céu.
Passo por eles e sorrio.
A moça não percebe a minha presença, o rapaz sim.
Ele retribui o sorriso, e me vendo sem guarda-chuva encarando as gotas explodirem em minha cabeça ele fala:
– Ela não quer molhar o cabelo! Vê se eu posso com isso!
Nós dois sorrimos e seguimos adiante, cada um com sua vida.