SONHO DOCE, CALÇA APERTADA

SONHO DOCE, CALÇA APERTADA

Acordar na calada da noite com o estômago roncando, ir até a geladeira, tomar um gole de água.

– São três e blá-blá-blá, não e a hora lá do filme de terror?

– Ah deve ser mesmo! Minha barriga ronca que está um terror.

Dialogo comigo mesmo.

Voltar para cama, cancelar missão e retornar à geladeira em direção às balas caseiras de coco, que uma amiga lhe dera no almoço, e você prometera que comeria quase nada, dada a circunferência de sua coxa não-sarada.

Hm. Na madrugada, vitrola não rolando um Blues e nada de BB King, ele ronca em algum lugar.

Atacar de gole o saquinho como se estivesse virando uma tequila, uma não, várias.

– Nossa, que delicia de bala, a Andrea precisa saber disso.

– Não Nicole, ninguém irá saber disso.

– Hm. É. Mais um pouquinho então. Bala caseira puxada a mão não é de Deus.

Não existem testemunhas. Até o ar condicionado foi desligado propositalmente antes da primeira levantada.

Ao fundo, apenas alguns carros passando.

Nenhum drone na altura da minha varanda.

São 03:59 da manhã, e assim que eu retornar para cama esse ataque entrará para o livro dos sonhos dessa noite.

E se me questionarem ainda direi que foi minha alma que caminhou até a cozinha com meu cordão de prata e que eu não tenho nada a ver com isso!

E é melhor eu acordar e ter uma coxa um milímetro mais fina porque senão…. A calça continuará apertada, e eu não saberei por que. Bleh.

Sobre Nicole

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