N/a Crônicas
Um senhorzinho todo santo dia caminha com seu andador meio quarteirão até o banquinho em frente ao Cafeína do Leblon. Lá desfruta de seu dolce far niente vendo a banda passar, ou melhor, a vida.
Aquele senhor já é tão presente nesta esquina que inclusive já nos saudamos quando nossos olhares se cruzam.
Mas acho que em algum momento de sua vida ele precisou dar uma quebrada em sua rotina e se ausentou, de repente foi testar outros bancos.
Nesse meio tempo um rapaz que veste canga (sim) resolveu passar seus dias perambulando pelo Leblon, e bingo! Adotou o banquinho do Cafeína como seu fiel companheiro.
Pois é! Só sei que dependendo da hora que eu saía para almoçar lá estava um deles, mas sempre, impreterivelmente alguém fazia a guarda do banquinho.
Até achava que por uma questão de cordialidade o rapaz de canga optaria por dar uma volta no horário do plantão do senhor de andador, até sair para almoçar hoje…
Já não bastasse o caos que o Leblon se tornou, graças as obras do metrô, aposto que em breve teremos mais um novo imbróglio em terras de Manoel Carlos.
A disputa pela guarda do banquinho do Cafeína.
Aposto!
Vocês tinham que ver a cara de bravo do senhor do andador desfrutando do seu dolce far niente no banquinho do ponto do ônibus, enquanto o rapaz de canga aproveitava seu doce momento no (seu) banquinho do Cafeína com um guarda chuva aberto se protegendo do sol.
Deixa o senhorzinho trocar o andador por uma bengala só para o cara da canga ver o que é bom para tosse!
Aí é só comprar a pipoca e deixar o Maneco gritar:
– Ação!
