XUXA E AS ANTENAS DA AV. PAULISTA

XUXA E AS ANTENAS DA AV. PAULISTA

Por muito pouco na minha vida meu “Caraca cara” não se tornou um “Puta bosta meu” em meu dicionário de gírias.

Fui uma criança paulistana, com amiguinhos com sotaques anasalados, pães de queijo no restaurante com uma figueira dentro e pizza do Camelo.

Saí de lá a tempo. Minhas narinas ainda não haviam fechado.

Tenho poucas lembranças desta época, mas lembro que meus pais precisavam colar vários adesivos no vidro da frente do carro para sair da cidade.

Não entendia muito bem para que aquilo servia, apenas sabia que ou eles colavam ou nós ficávamos na cidade aos fins de semana.

Eles sempre colaram os tais adesivos.

Mas sem dúvida nenhuma São Paulo para mim significava antenas.

Muitas antenas.

Nós cariocas quando pensamos em antenas no máximo associamos aos gatos pingados do Sumaré.

Mato e antena.

Lá não, lá o esquema era bruto, ou melhor, de concreto.

As antenas repousando majestosamente em cima de altos edifícios.

Creio até que a “população” de antenas seja maior que a de motoristas estressados nas Marginais.

Mas da janela do meu apartamento uma se destacava lá longe.

E aí que entrou uma das maiores sacanagens infantis da minha vida:

– Mãe, o que que é aquilo ali?

– Uma antena filha!

E olhava sem entender… Até o dia que minha mãe tentou de alguma forma me fazer compreender a tal da antena:

– Filha, a Xuxa mora naquela antena.

Pronto, ai f*deu a cabeça da criança. Era para lá que a Nave dela ia quando acabava o programa!

Passei minha vida paulistana inteira querendo subir naquela antena!

Aí você conclui que maluco não nasce maluco, maluco se cria.

Bem didaticamente!

Sobre Nicole

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